Tão importante para a humanidade quanto a comunicação falada, foram os inventos para massificar a capaciade do Homem em divulgar suas idéias. Os artefatos de comunicação em massa mesmo que sendo "vias de mão única", sempre contriuíram para a disseminação de idéias, alteração de conceitos, divulgação de conhecimentos entre outros. Qualquer um de nós em sã consciência e sob total controle de nossas faculdades mentais consegue ver que dentre as formas de comunicação para o grande público se destacam, por ordem de surgimento, os impressos, o rádio, a TV e a internet. Cada qual contribuindo em seu momento para aumentar a tecnologia da prática desda forma de comunicação. Porém podemos salientar diferenças básicas como: a primeira delas surgira em um momento onde o domínio da letras se dava em uma determinada casta social. Ler e interpretar um texto não dependia apenas dos falíveis sentidos humanos mas de um poder de questionamento e interpretação inerente basicamente à criatividade e ao raciocínio, assim como, ao surgir, no espaço do conhecimento humano, o domínio ou mesmo, semi-domínio das ondas eletromagnéticas, a transmissão da voz, conseguiu romper algumas barreiras na comunicação. Ouvir todos conseguem, desde que tenham o conhecimento idiomático necessário para a sobrevivência diária em suas comunidades, desta forma o rádio conseguia "seduzir" um número maior de adeptos, com maior facilidade e menos pré-requisito dos usuários, pois atuava diretamente, e quase que exclusivamente, sobre o sentido da audição, podendo assim atuar de forma mais contudente num maior número de vítimas, ou melhor, ouvintes, quais mesmo necessitanto exercitar a criatividade para poder visualizar mentalmente o que invadia seu sistema auditivo, como havia dito, ainda que a capacidade de abstração fosse as palavras são compreendidas e a mensagem é passada sem nessecidade de nenhuma esforço "sobre-humano". Então chega a TV, com sua sedução visual, além da auditiva. Ver o que acontece reduz ainda mais a necessidade da "atividade cerebral" para a compreensão, ou pseudo compreensão do que se passa diante dos olhos, um dos mais ludibriáveis sentidos. Esta opnião torna-se mais condutende quando recordo-me de uma expressão muito difundida, "ilusão de ótica", ao mesmo que não me recordo de nenhum paralelo como: ilusão auditiva, táctil, olfativa ou até mesmo do palato. Não quero, com isso, condenar sem julgamento um dos, tão quanto, importantes sentidos nem em grau algum insinuar que o mesmo seja dispensável ou de baixa utilidade, apenas saliento a fragilidade de sua utilização puramente física, sem o uso efetivo da racionalidade.
Mas, sem entrar nos meandros da "modernidade", existem entre estas formas de comunicação uma característica que beira o campo do assustador. A baixa ou quase nenhuma interatividade, a condução da comunicação fica restrita ao seu interlocutor, torna-se um monólogo com proporções terríveis pois quanto menos incitar o uso da interpretação e do raciocínio e mais seduzir ou leitor-ouvinte-telespectador, pelos seus sentidos, puramente, mais fácil torna-se a possibilidade de expor e até mesmo impor um poto de vista, idéia, produto ou fatalmente uma vontade. Sendo assim, a importância da mídia nos tempos de hoje, no auge humano do consumo é tamanho e de forma tão contundente que fora imortalizado a expressão "a propaganda é a alma do negócio" e o que é a propaganda senão a exposição de idéias e vantagens, mesmo que não sejam reais, a um grande número de pessoas sobre um produto, sem que haja uma ampla discução sobre o que é tratado?
Às vésperas de mais um pleito eleitoral, ecoa em minha mente a expressão "propaganda política", onde os candidatos, coligados, correligionários, partidários, colegas, amigos, cônjuges, família, simpatizantes e até vizinhos aparecem principalmente na "mídia ondulatória" e de baixa necessidade de reflexão, a TV, expor suas ideias ou mais precisamente, expor aquilo que nós queremos ouvir e crer que sejam idéias deles para serem executadas em seus mandatos, mesmo deixando a dúvida de que se é possível e viável sua realização bem como o caminho adotado. Volto a evocar a sã consciência e o domínio das faculdades mentais para aludir que este comentário não requer aprofundamento ciêntifico nem ao menos, apuradas pesquisas, basta um pouco de boa memória.
E de forma "democrática", quanto maior o partido, maior o tempo disposnível da propaganda "pseudo-gratuita", pois seus custos são cobertos pelo contribuínte. Porém, quais são estes ditos grandes partidos? Aqueles compostos por entes que sempre estiveram no controle dos cargos legislativos e executivos, no controle das ferramentas e do capital "produtivos" e... das mídias. E os nanicos? são Oriundos das minorias que não tem vez ou voz pois o banquete é servido antes da sobremesa, para os que sempre comeram do "bolo", restando aos demais "democraticamente" as sobras, ou pior, a possibilidade de aliar-se aos grandes, o que soa como, anular-se perantes estes.
Neste momento tenho a necessidade de discorrer sobre a quarta forma de comunicação em massa, a internet. De início, nota-se uma diferença dentre as anteriores. Contrariando os projetos iniciais, a internet é interativa, qualquer pessoa que tenha acesso a rede mundial pode inserir informações, ponto de vista e comentários, dessa forma, reais discussões podem ser travadas. E como sua principal forma de propagação é formada pela escrita, existe a necessidade de interpretação do conteúdo acessado, ainda com um forte apelo sobre os sentidos da audição e visão.
Na propaganda, as grandes empresas comerciais perceberam um bom nicho e assim começaram a utilizar esta ferramenta para divulgação de seus produtos, aumentando assim seu faturamento. E de forma semelhante pequenas empresas e até mesmo empresas em formação passaram a utilizar a internet para atingir mercados até então não acessíveis ou até mesmo iniciar suas atividades. Com a vantagem de ter-se um baixo custo, um público variado e que abrange várias faixas de consumidores. Com o tempo essa forma de propaganda passou a ser utilizada por candidatos a cargos públicos. Assim, os que desta ferramenta se utilizavam conseguiram estreitar relacionamento com eleitores ou futuros eleitores e no momento que este contato se baseou numa discussão séria e concisa, pode-se efetivamente conhecer reais propostas dos candidatos. Mas para que serve a um processo eleitoral, que é baseado na manuntenção do quadro político atual, uma ampla discussão sobre propostas e candidatos junto aos eleitores, ao invés de manter as repetidas estratégias de marketing e campanhas de "marketeiros"? Para nada...
Quero ressaltar que é bastante conhecido as forma ilegais de publicidade na rede e outros malefiícios, o que não é exclusividade da internet, mas hoje é possível evitar tais abusos de forma eficiente sem impedir o cidadão de usufruir dos benefícios dessa ferramenta. Mas o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) passou a tratar a excessão como regra e acabou coibindo a utilização da "grande rede" de forma livre para discussões político-eleitorais nos referidos períodos (resolução do TSE nº 22.178/08). Ora, se é uma forma mais barata e abrangente, sem as "democráticas" distribuição de tempo, e de certa forma limpa, quem se beneficiaria com isto? Os eleitores que passariam a agir de forma mais livre no processo democrático e participar de um debate verdadeiramente amplo, não tendo que engolir a cachaça
de graça
e tossindo a fumaça, fazendo referência aos versos de "Deus Lhe Page" do escritor, cantor e compositor Chico Buarque de Holanda.
TRS